domingo, 12 de dezembro de 2010

Beatles (pra constar)

     Nunca gostei de unanimidades. Confesso que sempre torci o nariz para todo esse endeusamento em cima dos Beatles, e por conta disso só acabei prestando atenção no legado dos caras bem tarde. Faz mais ou menos uns 6 ou 7 anos que finalmente resolvi escutar a obra desse fenômeno musical. Lógico que já conhecia muitas das músicas que embalam a vida de qualquer ser humano que tenha pisado neste planeta nas últimas décadas, mas quando ouvi o famigerado Sgt. Peppers... notei que a imagem que eu tinha da banda em minha mente era extremamente limitada. Ouvindo o álbum branco e o Abbey Road tive certeza da genialidade desse quarteto. O som era completamente diferente do que eu estava acostumado a associar aos Beatles. Havia muito experimentalismo e cada faixa soava única. Eram acordes inpossíveis, sons e efeitos originais e algumas coisas até me assustavam de tão atuais. Tudo isso acabou me enchendo de inspiração pra voltar a compor. Fui mais um que bebeu desta água pra tentar encontrar a originalidade e o brilhantismo atingido através da simplicidade que só esses desgraçados conseguiam fazer. Por isso se você pensa como eu um dia pensei: "ah, que exagero desse povo. Beatles isso, Beatles aquilo só por causa de uns 'she loves you yeah, yeah, yeah' ou de uns 'twist and shout'". Sugiro que procurem se aprofundar mais. Tenho certeza que acabarão percebendo que esse endeusamento no mínimo tem cabimento. Tá aí uma unanimidade que vale a pena fazer parte.




     Segue aquela que considero uma das mais belas canções que esse pessoal concebeu. In My Life. Na verdade está mais pra era "yeah, yeah, yeah" do que para o lance experimental que abordei acima, mas merece destaque por ser exatamente a síntese de tudo o que eles fizeram de mais brilhante. Se essa música fosse uma escola de samba, na apuração para definir a campeã do carnaval aquele locutor lá gritaria o famoso "dezzzzzzzsssssssh" em todos os quesitos. Temos um riff simples e espetacular do George Harrisson que inicia, faz uma visita no meio e encerra sutilmente a coisa toda. Temos a familiar bateria do Ringo Starr com suas viradinhas faceiras. O baixo marcado e melódico do Paul McCartney sempre lembrando pra todo mundo: "olha eu aqui!". Este mesmo Paul McCartney executa um dos solos de piano mais belos já feitos. A vocalização do quarteto é um show à parte e olha que nem comentei a letra. Como se já não bastasse a bela melodia (pra muita gente isso já bastaria) o John Lennon ainda comete essa proeza. Uma letra memorável, simples e tocante. Uma verdadeira e honesta declaração de amor.
     Sem mais desce aí, aumenta o som e clica no vídeo abaixo que contém a legenda com a tradução da letra. De nada!


4 comentários:

  1. Ai ai! Claro que só lembro de você quando escuto essa música!

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  2. Muito linda essa música.
    Apesar de eu ter nascido um ano após a dissolução do grupo, as músicas dos Beatles fizeram parte da minha infância e início da adolescência. Até hoje ao ouvir "Let it be" eu volto no tempo, lembrando-me do meu primeiro assustado (em Sousa chamava-se tertúlia).rsrsrs Acho que você nem sabe o que é isso.kkk Meu Deus... já faz muito tempo.kkkk Claro que outras músicas como: Yesterday, Don't let me down e All my loving, também me reportam ao passado. Hahaha, além dos Beatles, tinha o Elvis. Me lembro muuuuito, eu assistia a todos os filmes dele. Menino... também tinha os filmes de Roberto Carlos.kkkk Que lembranças boas!! Lógico que pensar em Elvis, penso logo em... Sweet Caroline... claaaaroooo!!! Mas sem esquecer, lógico, de Love me tender.
    É assim mesmo, cada época com seus fenômenos. Só que antigamente podia chamá-los assim, porque o que hoje chamam de "fenômenos"... são verdadeiros atentados aos nossos ouvidos e nossa saúde mental.
    Gostei muito dessa noite de nostalgia.
    Beijo

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  3. Isso mesmo Tia Carol! Conseguiu resumir em poucas linhas um monte de coisas. Ainda peguei o tal do "assustado" hehehe. Elvis, pôxa, foi uma das primeiras referências de rock que eu tive, devo ter em algum lugar perdido alguma fita k-7 comigo cantarolando suas músicas como "All Shock Up" e "It's Now or Never" dentre outras num inglês completamente inventado" hehehehe É mágico como a música nos transporta para tão longe. ;)

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  4. Legal vc ter mencionado essa *birra* com os Beatles, tb senti isso por muito tempo. Hj tenho discernimento prá saber a importância dos caras na música contemporânea e até apreciar muitas coisas deles, como o White Album (Helter Skelter é f#$%!), contudo, meu coração, nessa seara de clássicos, pertence aos malditos Rolling Stones, tudo por culpa da então recém-lançada bolacha *Undercover*, que veio parar nas minhas mãos no distante 1983, qndo eu começava a formar minha personalidade musical. Daí em diante, meu amigo, não teve prá mais ninguém...

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