domingo, 24 de julho de 2011

Resenha - Música (Incubus - If Not Now, When?)

Capa do novo trabalho do Incubus
     Que honra é poder usar este espaço pra falar de uma das bandas que mais curto neste planeta. Sendo assim terei um trabalho danado pra deixar o tendenciosismo de lado.
     Sinto vergonha em adimitir que fui pego de surpresa. Embora eu seja um grande fã do Incubus, amarguei ao perceber que um monte de gente já escutava as canções do novo álbum. Após dar uma fuçada na comunidade da banda no Orkut (desculpa aí Facebook mas as comunidades do Orkut são imbatíveis) não contive a cara de perdedor ao ver que já haviam meia dúzia de tópicos com impressões sobre o tão aguardado novo álbum, intitulado "If Not Now, When?". Saí correndo atrás das novas músicas a fim de ter aquela sensação única que é ouvir-um-novo-álbum-de-uma-banda-preferida-pela-primeira-vez. Tá aí uma coisa indescritível e quase sexual! Poderia até prosseguir a resenha citando as similaridades entre a audição de um álbum de inéditas da sua banda preferida e a primeira transa com a pessoa que você ama, mas enfim...voltemos à música.


     Eufórico como sempre, a vontade que tive ao ouvir os primeiros acordes do álbum era de já correr pra cá e tecer a minha resenha. Mas aconteceu aquela coisa chata. Broxei. Essa foi a sensação da primeira audição do "If Not Now, When?". De cara pensei logo, esse é um daqueles álbuns que precisamos digerir, ouvir várias vezes até que a coisa flua. Mas não era pra ser assim, ainda mais em se tratando de Incubus. Até hoje esses caras nunca precisaram da minha boa vontade. Seus álbuns sempre começaram estourando os meus ouvidos com canções potentes e impactantes. O recado era dado: "você está ouvindo Incubus, fio". Em "If Not Now, When?, acontece o contrário. Eles te botam pra dormir. E falarei disso de forma mais detalhada lá embaixo no faixa a faixa. Ouvi, ouvi e ouvi o álbum repetidas vezes. No momento estou bem acostumado com as canções e estou curtindo pra caramba esse novo trabalho. Mas ainda estou digerindo essa proposta mais calma, quase (eu disse quase) sombria que o álbum permeia. A minha conclusão é que o Incubus (ainda) é uma das melhores bandas da atualidade. O vocal de Brandon Boyd sempre foi e continua sendo inacreditável. E assim como outros grandes nomes, essa é mais uma daquelas bandas que se dá o luxo de só ser comparada a si mesma. 


Da esqueda para a direita: Mike Einziger(guitarra),
Jose Pasillas(bateria), Ben Kenney(baixo), Brandon Boyd(vocal)
e Chris Kilmore(DJ e faz tudo)
     Agora se é pra resumir a minha impressão sobre o novo álbum lá vai:: "If Not Now, When?" é bom sim e provavelmente tocará no som do meu carro em looping até alguém me xingar, mas definitivamente este seria um dos últimos álbuns que emprestaria a um amigo que nunca ouviu falar em Incubus na vida. Pra uma situação como essa tenho o Morning View, o Make Yourself e o S.C.I.E.N.C.E.

Segue agora o faixa a faixa tradicional do blog:




01. If Not Now, When?
E a espera acabou. Após quase 6 anos sem nos brindar com um álbum novo aqui está aquela que abre a bolacha de mesmo nome. If Not Now, When? parece ser uma daquelas peças que o Incubus prega. Quando a ouvi fiquei imaginando que a qualquer momento o clima soturno e a batida pop pulsada iria dar espaço a algum riff fantástico de guitarra distorcida com uma bateria explosiva como ocorreu no trabalho anterior que iniciava com Quicksand e depois culminava com Kiss To Send Us Off (agora posso chamar o Light Grenades de "tempos bons"), mas não é o que ocorre. A cada volta para o estrofe me sentia traído. Testemunhei a canção acabar tal qual começou: Lenta e arrastada. É o anúncio de como as coisas seguirão daqui pra frente.

02. Promisses, Promisses
Ainda ávido por uma explosão fui mais uma vez levado ao chão. Mas dessa vez a coisa é muito mais interessante. Uma levada contagiante. Ótima linha de baixo e efeitos de teclado apurados. Logo pensei: hit de rádio. Pra completar os caras fizeram um clipe que arrepia tanto pela simplicidade quanto pela genialidade da coisa. (Clica lá embaixo pra conferir). Tem coisa melhor pra se ouvir no carro com a gata?

03. Friends And Lovers
A essa altura já não tinha mais nenhuma esperança de ouvir um pouco do bom e velho Incubus, ainda mais com esse nome aí. Resultado: Friends And Lovers é cult, segue a mesma linha arrastada, mas me conquistou pelo riff. Grudou na minha mente. O seu final com a bateria se sobressaindo só exalta ainda mais essa veia cult.Ainda com a gata no banco de trás do carro...

04. Thieves
Opa. Acho que ouvi uma guitarra! Thieves começa a nos levar pra perto de um lugar seguro. Começo a sentir que estou realmente ouvindo um cd do Incubus (ou pelo menos do Incubus que fez o Light Grenades). Riff de guitarra legal, linha de baixo genial e as primeiras nuances da batera do Jose Pasillas, (totalmente acanhado até o momento).

05. Isadore
Essa bateria estourada com um violão ditando o passo me lembrou o trabalho solo do Brandon Boyd que certamente inspirou esse novo cd do Incubus. Embora a introdução nos prepare pra um refrão matador, somos apresentados a algo bem mais manso, mas mesmo assim Isadore tem uma estrutura infalível e deve ser ouvida alto.

06. The Original
Ah. Sem palavras. Sei que talvez pouca gente concorde, mas The Original na minha opinião é um dos pontos fortes do álbum. Essa balada de início descompromissado e açucarada num tom quase inaceitável tem uma estrutura simplesmente brilhante. É engraçado que a guitarra nervosa que eu esperava ansioso tenha aparecido aqui. Arrepia.

07. Defiance
Bela canção bem ao estilo Mexico com apenas voz e violão. Brandon mostra que está em plena forma. Mesmo assim a canção parece deslocada no álbum o que o deixa ainda mais estranho.

08. In The Company Of Wolves
Pegou pesado, hein? Quase 8 minutos de puro arrasto? Concordo que toda grande banda em algum momento de sua carreira produz a sua ópera rock, com medleys fundindo várias músicas numa só. Ótimo instrumental, não nego. Mas é preciso um pouco de paciência e muito auto-controle pra não passar pra próxima canção.

09. Switchblade
Depois de tanta enrolação aparece algo pesado. Mas não ajudou muito. Switchblade fica tão deslocada quanto Defiance e ainda consegue ter a sua parcela de "arrasto" característico desse álbum. Tá mais pra sobra de estúdio.

10. Adolescents
Agora sim. Era disso que eu estava falando! Adolescents finalmente me levou pra perto do Incubus que eu conheço. E não por acaso foi escolhida como primeiro single que gerou o belo clipe que você confere lá embaixo (em volume alto, faz favor). Tá longe de ser o melhor single do incubus, mas a essa altura Adolescents acaba sendo um verdadeiro alívio e me fez pensar: os caras ainda sabem fazer a parada.

11. Tomorrow's Food
Já acabou? Sacanagem, hein? Então Adolescents era mesmo o ápice? PQP. Tomorrow's Food me conquistou pelas ótimas vocalizações e o clima que me remeteu à Aqueous Transmition. Mas encerra o cd com um gosto bem estranho. Lá vamos nós ouvir, ouvir e ouvir pra "digerir". Não esperava isso do Incubus, mas fazer o quê?
P.S.: Alguém percebeu que o final dessa música é tocado numa outra frequencia (a la Edit Piaf na trilha do filme A Origem - Inception, 2010) no início de If Not Now, When? Criando uma espécie de ciclo no álbum? Estaria Brandon e sua turma fazendo uso das mensagens subliminares para nos induzir a ouvir a sua estranha nova obra sem parar? hehehe




Site oficial da banda: http://www.enjoyincubus.com/