domingo, 20 de fevereiro de 2011

Resenha - Cinema (127 Horas)

O belíssimo pôster de 127 Horas
     127 Horas (127 Hours, 2010) conta a história de um escalador que em uma de suas aventuras acaba em apuros ficando...espera aí! Você ainda não viu o filme? Você sabia que o mesmo é baseado em uma incrível história real? Bom, se a resposta foi negativa para ambas as perguntas é melhor parar por aqui. Vá ao cinema, aprecie essa ótima obra e só então volte aqui pra deixar um comentário.
     Escrevo isso porque fui vítima da falta de respeito de alguns críticos que revelam em seus textos as cenas chave do filme sem aviso prévio. Eu sei que se trata de uma história real e basta ler alguma nota a respeito do ocorrido pra se ligar no que será apresentado no longa, mas nesse caso a ignorância será muito bem vinda. Se ainda assim você quiser saber um pouco mais, vai em frente. Não irei entregar nada que não esteja nos trailers (se bem que trailers ultimamente entregam 90% dos filmes).
    
     O diretor Danny Boyle, vencedor do Oscar 2009 de melhor diretor pelo seu Quem Quer Ser Um Milionário? (Slumdog Millionaire, 2008), transporta para a tela o episódio real de Aron Ralston, um jovem engenheiro com o hobby de escalador, que em uma de suas aventuras no Bluejohn Canyon em Utah - EUA acabou preso por uma rocha em uma fenda nas montanhas. As 127 horas de agonia e luta por sobrevivência foram documentadas pelo próprio Aron com sua câmera filmadora. O caso correu o mundo. Nas mãos de um diretor furreca em uma produção feita diretamente para DVD, a história de Aron Ralston poderia resultar em um filme com trilha sonora melodramática e cenas de forte apelo ao estilo "mexicano". Mas, felizmente estamos em uma produção bem cuidada e com a condução de um diretor ganhador de Oscar. O caminho usado foi o inverso. A trilha sonora é eletrizante, a montagem (com a tela dividida em 3 partes) é dinâmica e a fotografia é nada menos que espetacular. Outro ponto marcante da película são as tomadas impossíveis, dentro de garrafas, canudos e até mesmo dentro do corpo do protagonista. Tudo parece ter sido feito para combinar com a personalidade do Aron, interpretado brilhantemente pelo astro James Franco, mais conhecido como o Harry Osborn da trilogia do Homem-Aranha. Danny Boyle deu um verdadeiro presente ao James que pôde fazer o seu "monólogo entre rochas" e mostrar todo o seu potencial como ator. Potencial esse que chamou a atenção da academia e o fez ganhar uma indicação de melhor ator para o Oscar desse ano.

James Franco na pele de Aron Ralston numa situação "filha da mãe"

     Não é fácil fazer um longa que se passa quase que exclusivamente "entre rochas". A história poderia ser contada em um episódio de "Sobrevivi" com meia hora de duração. Danny Boyle esticou a fita até onde não podia mais e criou um elo interessante entre a situação atual do personagem, preso na montanha, e suas mais belas lembranças anteriores ao acontecido. A atmosfera dinâmica sem pieguice às vezes até faz brotar sorrisos em meio a uma situação tão filha da mãe, mas quando é a hora do momento chave do filme não há perdão. Você acaba totalmente preso junto com o Aron naquela fenda e se conseguir assistir a cena até o fim sentirá belos calafrios. Por isso mantenha sua ignorãncia intacta até o final do filme e saia da fenda, ops, do cinema com uma outra percepção da vida. Só um animal sem coração e nervos irá ficar indiferente a esse impressionate episódio.

O verdadeiro Aron Ralston em auto retrato na fenda

Para os ainda mais curiosos segue o teaser trailer do filme. Optei pelo teaser, pois o trailer final é cheio de cenas interessantes que merecem ser vistas NO filme.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Avassaladores - Sou Foda (não recomendo, mas você vai ver)

     Se você ainda não conhece o meu blog e acabou caindo aqui de forma inadvertida, quero convidá-lo a ler alguns posts anteriores e conferir resenhas mais edificantes sobre a verdadeira música. Lendo sobre The Gracious Few, Bon JoviRoxette você vai ganhar mais.
     Dito isto, adianto que este post poderia ser mais um apanhado sobre essa modalidade nefasta que atende pelo nome de "funk carioca". Seria fácil citar aqui as batidas repetidas, as letras de gosto duvidoso e a irritante e já tradicional desafinação dos vocalistas (se é que dá pra chamá-los assim). Mas pô, já fizeram isso. Eu estaria sendo bastante repetitivo e espancando cachorro morto. Então por que ceder espaço no meu blog para os tais Avassaladores? Simples. De forma também inadvertida acabei vendo o vídeo da canção Sou Foda e a coisa não saiu da minha cabeça. "Pra-pra te enlouquecer, pra te enlouquecer, todas-todas que provaram não conseguem esquecer, sou foda!" Ahhhhh, quero uma lobotomia! Tira isso da minha cabeça! Tenho que compartilhar com alguém, não gosto de sofrer sozinho. Mas é sério, fico impressionado como essa galera consegue fazer esse tipo de música e chamar a atenção até de quem abomina. Só pode ser coisa do capeta.
     Se ainda assim você pretende prosseguir e acompanhar essa performance hilária, vai em frente. As gargalhadas já estão garantidas, difícil vai ser expurgar o refrão da cabeça. Ah, e pensando bem, mesmo ridículo, esse funk aí carrega mais honestidade do que muitas bandinhas de rock do cenário atual. Agora é só clicar e se preparar para a lavagem cerebral.



ATUALIZADO: Graças ao parceiro Paulo Carvalho é possível tirar essa coisa da cabeça clicando aqui nesse site bem legal que escolhe uma canção ainda mais chiclete de forma aleatória e a toca pra você. Agora fiquei com a Beyoncé na cabeça. Menos mal, não? hehehe Valeu Paulão!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Resenha - Música (Roxette - Charm School)

Capa da nova bolacha do Roxette
     Que fim levou o Roxette? Se você se cansou de fazer essa pergunta nos últimos anos já pode respirar fundo e preparar a emoção, pois eles estão de volta! E esse "de volta" aí é aquele que dá direito a álbum de inéditas e turnê mundial com passagem pelo Brasil.
     Pra quem ainda não conhece (sacrilégio), o Roxette é uma dupla sueca de pop com pegada de rock formada por Marie Fredriksson e Per Gessle nos anos 80. Com riffs de guitarra contagiantes e baladas românticas certeiras o Roxette caiu nas graças do mundo, construindo uma carreira brilhante e embalando as nossas vidas com os seus hits. Quem nunca tentou assobiar em Joyride? Mexeu o esqueleto ouvindo The Look? Ou mesmo pensou naquela paixão de colegial ao som de Listen To Your Heart? Se você é mentalmente são e viveu no planeta Terra nas últimas décadas, com certeza já ouviu algum sucesso deles.
     Charm School (2011) é o novo álbum de inéditas do Roxette, que não lançava um desde Room Service de 2001. Foram 10 anos de espera e é natural que as expectativas dos fãs sejam as melhores possíveis, mas é prudente manter os pés no chão. Dificilmente elas serão superadas. O álbum é bem fraco em relação aos outros da banda. E que fique bem claro isso, porque se fomos compará-lo aos álbuns recentes dos artistas pop da atualidade ele quase ganha o status de obra-prima. Não é toda banda que se dá o luxo de só ser comparada a si mesmo e o Roxette é uma delas. O novo álbum tem suas pérolas e seus bons momentos. Não há surpresas. São várias canções genéricas de outros sucessos da banda. Mas ainda é o Roxette e é muito emocionante ouvir algo novo da banda após um jejum tão longo e perceber que os danados ainda dão um caldo. Isso mesmo, ainda há fôlego e ainda considero a voz da Marie Fredriksson uma das mais belas e sexys do mundo da música. Certa vez comentei com uma amiga, fã da Christina Aguilera, que imaginava o inferno que devia ser dormir e acordar com aquela voz de "gralha" no seu ouvido fazendo aquelas vocalizações cheias de "piruetas" desnecessárias e pedantes. Daí citei a Marie como um exemplo do contrário. Seria como acordar no paraíso. E o Per continua com a sua voz quase robótica da mesma escola dos Pet Shop Boys e entrega bons momentos com sua guitarra. Então se você é um fã, assim como eu, abra o coração, deixe a expectativa de lado e encante-se novamente com o Roxette. E se você ainda não conhece aproveita pra fazer a lição de casa. Em breve eles pintam no Brasil e vai pegar mal pra você.

O poeta Per Gessle e a dona da voz mais sexy do pop Marie Fredriksson

E para os mais interessados, segue o meu tradicional (hehe) faixa a faixa da nova bolacha do Roxette.

01.Way Out
Bom começo de álbum. Way Out cumpre o seu papel da pegada pop/rock característica da banda com uma letra bem bacana e a guitarra chupada de Joyride. Só peca um pouco por te preparar demais pra uma possível explosão que nunca acontece. A música acaba com esse gosto de "Já? Só isso?".

02.No One Makes It On Her Own
Candidata disparada para o próximo single. Exemplo genuíno de uma balada Roxette. A belíssima voz da Marie em plena forma numa melodia magnífica. Me lembrou Salvation do álbum (e que álbum) Have A Nice Day de 1999.

03.She's Got Nothing On (But The Radio)
Escolha acertada para o primeiro single do álbum. Tem energia, riff de guitarra chiclete e é altamente dançante. Impossível ouvir sem se mexer. Lá embaixo você confere o clipe dela.

04.Speak To Me
Que beleza hein? Arrepiante. São praticamente duas músicas em uma. O Per canta a cama e a Marie o belo refrão. Com uma voz dessa nem precisava ter uma letra tão bela. Podia ser sobre os chás do Butão que todos prestariam atenção do mesmo jeito. Ah, a semelhança com Wish I Could Fly (belíssima) do Have A Nice Day de 1999 é grande.

05.I'm Glad You Called
Instrumental intimista em uma canção que facilmente remeterá a Anyone do já falado Have A Nice Day de 1999. Mais uma vez quando o Per entra com o seu "Look Around..." a impressão é a de se ter duas canções em uma.

06.Only When I Dream
É aumentar o som e fechar os olhos. Nostalgia total. Roxette numa ótima forma com vários dos elementos que o faz único. Mais uma vez a Marie detona no refrão matador.

07.Dream On
Rock manso descompromissado e bem executado com todos os clichês do gênero para o Per Gessle ficar feliz e balançar a cabeça.

08.Big Black Cadillac
Instrumental bacana e mais uma ótima performance da Marie no refrão, porém não passa muito disso. Tem tudo pra ser uma das ignoradas nas audições.

09.In My Own Way
E a invocação de sucessos antigos não pàra. Você não está louco. A semelhança com Crash! Boom! Bang! do álbum homônimo de 1994 é real. Ainda assim uma bela atuação de Marie em mais uma que deve arrepiar e fazer a cabeça dos apaixonados. 
Marie Fredrickson ainda dá um caldo

10.After All
Clara homenagem aos Beatles. Vemos aqui um mix de alguns sucessos dos garotos de Liverpool como With A Little Help From My Friends e Maxwell's Silver Hammer. Achei desnecessária. Mais uma com fortes chances de ser ignorada.

11.Happy On The Outside
Já imaginou juntar Coldplay com Roxette? Não precisa mais imaginar. Ouça essa Happy On The Outside e perceba o pianinho e batera de Clocks se misturando ao jeito Roxette de fazer canções. O resultado é surpreendentemente bom. 

12.Sitting On The Top Of The World
Algum espertão vai dizer: "Que instrumental furreca, posso fazer melhor com meu Fruit Loops versão beta aqui". Acontece parceiro que esses singelos pianinhos estão acompanhados da voz e interpretação da Marie. Já era. Ninguém faz igual. Bela canção de encerramento. Dá vontade de deitar a cabeça no travesseiro e viajar na imaginação. Vida longa a vocês Marie e Per. 

Confere aí o novo vídeo deles. She's Got Nothing On (But The Radio). E faz o favor de aumentar o volume.



Site oficial da banda:
http://www.roxette.se/